Duplicidade Ureteral: Como É Descoberta em Crianças?
Saiba o Que é, Por Que Acontece e Como a Duplicidade Ureteral é Identificada Ainda Na Infância
A descoberta de uma duplicidade ureteral em crianças costuma gerar muitas dúvidas e apreensão nos pais.
Apesar do nome técnico e do som que pode parecer preocupante, essa condição é relativamente comum e, na maioria das vezes, tem bom prognóstico.
Entender o que é, como acontece e de que forma é identificada ajuda a tranquilizar a família e a buscar o acompanhamento adequado com o urologista pediátrico.
Neste artigo, você vai entender o que é a duplicidade ureteral, como ela é descoberta em crianças, quais são os tipos existentes e quando é importante procurar avaliação médica especializada.
O Que é Duplicidade Ureteral em Crianças?
A duplicidade ureteral é uma variação anatômica dos rins e ureteres.
Para compreender o que isso significa, é importante lembrar que cada rim, normalmente, possui um único ureter, o canal responsável por transportar a urina até a bexiga.
Na duplicidade ureteral, esse canal é duplicado parcial ou totalmente, o que significa que o rim tem dois ureteres em vez de um.
Essa duplicação pode ocorrer em um dos rins (mais comum) ou em ambos (mais raro).
Embora o termo “duplicidade” possa causar preocupação, na maioria dos casos trata-se de uma alteração congênita benigna, ou seja, presente desde o nascimento e, muitas vezes, sem sintomas.
Em muitos casos, a duplicidade ureteral é descoberta por acaso, durante exames de imagem solicitados por outros motivos, como uma ultrassonografia de rotina ou investigação de infecções urinárias.
Duplicidade Ureteral Completa
A duplicidade ureteral completa ocorre quando cada metade do rim tem seu próprio ureter, que se conecta de forma independente à bexiga.
Ou seja, o rim apresenta dois sistemas coletores separados, cada um drenando a urina por um ureter distinto.
Em alguns casos, o ureter superior pode se conectar de maneira anômala, o que pode favorecer complicações como:
- Refluxo vesicoureteral (quando a urina volta da bexiga para o ureter);
- Infecções urinárias de repetição;
- Hidronefrose (dilatação do rim por acúmulo de urina);
- Episódios de dor abdominal ou lombar;
- Incontinência urinária (quando há drenagem para locais incorretos, como uretra ou vagina).
Essas situações tornam importante o acompanhamento de um urologista pediátrico, profissional capacitado para avaliar o funcionamento dos rins e orientar o melhor tratamento conforme o caso.
Duplicidade Ureteral Incompleta
Já a duplicidade ureteral incompleta, também chamada de bifidez ureteral, é a forma mais leve da condição.
Nela, os dois ureteres se originam separadamente no rim, mas se unem antes de chegar à bexiga, formando um canal único na porção final.
Na maioria dos casos, esse tipo não causa sintomas nem complicações e é descoberto apenas em exames de imagem de rotina.
Mesmo assim, é importante o acompanhamento médico para garantir que a drenagem urinária esteja normal e não haja refluxo, dilatação ou infecções associadas.
Duplicidade Ureteral é Comum em Crianças?
Sim.
Embora pareça algo raro, a duplicidade ureteral é relativamente comum na população infantil.
Estima-se que ela ocorra em cerca de 1 a cada 125 nascimentos, sendo duas vezes mais frequente em meninas do que em meninos.
Em grande parte dos casos, a condição é detectada de forma incidental, sem causar sintomas ou comprometer o funcionamento dos rins.
No entanto, quando há sintomas, especialmente infecção urinária recorrente, alterações nos exames de urina ou dilatação observada em ultrassonografias, o médico pode solicitar uma investigação mais detalhada.
Como Acontece a Duplicidade Ureteral em Crianças?
A duplicidade ureteral é uma malformação congênita, ou seja, ocorre ainda durante o desenvolvimento do bebê na gestação.
Durante a formação do sistema urinário, o ureter se desenvolve a partir de uma estrutura embrionária chamada broto ureteral.
Em alguns casos, esse broto se duplica, dando origem a dois ureteres para o mesmo rim.
Essa alteração não é causada por hábitos maternos nem é transmitida diretamente por herança genética.
A maioria das crianças com duplicidade ureteral leva uma vida normal, sem restrições, e o diagnóstico serve principalmente para monitorar a função renal e prevenir complicações.
Como a Duplicidade Ureteral É Descoberta em Crianças?
Na maioria dos casos, a duplicidade ureteral é descoberta por acaso, durante exames de rotina ou na investigação de sintomas urinários.
Os exames que podem identificar essa condição incluem:
- Ultrassonografia (USG) dos rins e vias urinárias: É o exame mais comum e geralmente o primeiro passo na investigação.
Permite observar se há dilatação do sistema coletor, alterações anatômicas ou suspeita de duplicidade.
- Uretrocistografia miccional: Exame indicado quando há suspeita de refluxo vesicoureteral.
Ajuda a verificar se a urina está voltando para os ureteres, o que pode causar infecções recorrentes e danos ao rim.
- Urotomografia ou Uroressonância magnética: São exames de imagem mais detalhados, usados para confirmar a duplicidade e avaliar a anatomia dos ureteres com precisão.
A ressonância é especialmente útil em crianças, por não utilizar radiação.
- Cintilografia renal: Utilizada para avaliar o funcionamento de cada rim e de suas partes, identificando se há comprometimento da função renal em decorrência da duplicidade.
Se o seu filho foi diagnosticado com duplicidade ureteral, procure um urologista pediátrico para uma avaliação individualizada.
Cada caso é único, e apenas o especialista pode indicar se há necessidade de intervenção ou apenas de acompanhamento.
A Duplicidade Ureteral em Crianças Tem Tratamento?
O tratamento da duplicidade ureteral depende de como ela se apresenta e da presença (ou não) de sintomas e complicações.
Duplicidade Ureteral Sem Sintomas
Quando a duplicidade é descoberta por acaso e o rim funciona normalmente, não há necessidade de cirurgia.
Nesses casos, o médico recomenda apenas acompanhamento periódico com exames de imagem, para garantir que a drenagem da urina está normal e que não surgiram alterações com o tempo.
Duplicidade Ureteral Com Infecção Urinária de Repetição
Se a duplicidade estiver associada a refluxo vesicoureteral (quando a urina volta para o ureter) ou obstrução do fluxo urinário, o tratamento pode incluir medidas simples.
Entre elas, o médico pode indicar o uso de antibióticos profiláticos para prevenir novas infecções e realizar monitoramento com exames periódicos.
Esses cuidados ajudam a evitar complicações e preservam a função renal da criança.
Duplicidade Ureteral com Complicações Estruturais
Por outro lado, quando há dilatação significativa, infecções graves ou prejuízo da função renal, pode ser necessária cirurgia corretiva.
O objetivo é restabelecer o fluxo normal da urina, corrigindo o ponto de obstrução ou o local onde ocorre o refluxo.
Os principais tipos de cirurgia incluem:
- Reimplante ureteral, indicado para reposicionar o ureter no ponto correto da bexiga;
- Heminefrectomia, recomendada em casos raros, quando uma parte do rim não funcional precisa ser removida.
Esses procedimentos são realizados por urologistas pediátricos, como o Dr. Bruno Cezarino, com uso de técnicas minimamente invasivas e recuperação geralmente rápida.
O acompanhamento precoce com um especialista é fundamental para garantir o desenvolvimento saudável do trato urinário e evitar danos ao rim.
Quando Procurar Um Uropediatra Para Duplicidade Ureteral?
Os pais devem procurar um urologista pediátrico sempre que houver suspeita ou diagnóstico confirmado de duplicidade ureteral.
Ainda, alguns sinais merecem atenção e justificam a avaliação médica:
- Infecções urinárias frequentes ou de repetição;
- Presença de sangue na urina;
- Dor abdominal ou lombar persistente;
- Alterações observadas em exames de ultrassom;
- Dificuldade ou dor para urinar;
- Perda involuntária de urina fora do período esperado do controle esfincteriano.
O uropediatra avaliará o histórico clínico, os exames e indicará a conduta mais segura para cada criança, seja apenas o acompanhamento ou tratamento cirúrgico, quando necessário.
Quanto mais cedo for feita a avaliação, maiores são as chances de preservar integralmente a função dos rins e prevenir infecções.
Conclusão
A duplicidade ureteral em crianças é uma condição relativamente comum e, na maioria das vezes, não representa um risco grave à saúde.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento com um urologista pediátrico de confiança são fundamentais para garantir o bom funcionamento do sistema urinário e a qualidade de vida da criança.
Com os avanços da medicina e o uso de exames de imagem detalhados, é possível identificar a duplicidade ureteral ainda cedo, acompanhar sua evolução e agir de forma preventiva quando necessário.
Se o seu filho foi diagnosticado com duplicidade ureteral, ou se apresenta sintomas urinários recorrentes, agende uma consulta com o Dr. Bruno Cezarino.
Somente o acompanhamento especializado garante tranquilidade e o melhor cuidado para a saúde renal infantil.

