Megaureter Obstrutivo Primário
O megaureter obstrutivo primário, ou estenose de junção ureterovesical, é uma anormalidade caracterizada pela dilatação do ureter, particularmente de sua porção distal junto da bexiga.
O quadro clinico se inicia durante o pré natal em que acúmulo de urina é visto durante a ultrassonografia. Em determinados casos o megaureter é diagnosticado após episódios repetidos de infecção urinária. Em situações extremas, a dilatação compromete toda a extensão do ureter, que, além de dilatado, pode ficar tortuoso, recebendo o nome de dolicomegaureter. Pela falta de cooptação das paredes ureterais, o peristaltismo do megaureter é ineficiente, causando estase de urina no segmento afetado, o que predispõe a infecção urinária repetida e desenvolvimento de litíase. A pelve e cálices renais ocasionalmente chegam a sofrer dilatação, podendo nesses casos haver comprometimento funcional do rim, com perda progressiva da função do rim acometido.
Note a ureteropielohidronefrose
O megaureter obstrutivo primário, de natureza congênita, manifesta-se como uma obstrução funcional, na ausência de estreitamento orgânico ou refluxo vesico-ureteral. Observa-se que o ureter dilatado termina distalmente em um curto segmento justa vesical muito afilado, cujo comprimento varia de 0,5 a até 4 cm .
Enquanto o segmento dilatado do ureter apresenta uma parede com musculatura hipertrofiada e aumento das fibras elásticas, o segmento afilado distal tem sua parede espessada às custas de colágeno e tecido fibrótico, estando as fibras musculares muito reduzidas em número. Postula-se que a estase de urina no segmento dilatado deve-se à ausência de peristaltismo efetivo e consequente obstrução funcional no segmento justa vesical. A dilatação pode ser uni ou bilateral, e variar de intensidade. O megaureter primário diagnosticado em recém nascidos tem caráter evolutivo, podendo diminuir progressivamente com a idade.
O tratamento padronizado para megaureter obstrutivo primário pode se iniciar com a DILATAÇÃO ENDOSCÓPICA DA JUNÇÃO URETEROVESICAL ( ou seja, pela via uretral, sem cortes e com rápida recuperação) ou pela via tradicional, chamada reimplante ureteral com modelagem. Ambas as opções são válidas, com taxas de sucesso entre 80 e 95 % respectivamente.