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Orquidopexia: o que é, quando é indicado e como funciona este procedimento?

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Procedimento cirúrgico infantil para garantir a função testicular e evitar complicações futuras

A criptorquidia é caracterizada pela ausência de um ou dos dois testículos na bolsa testicular. Especialistas apontam fatores genéticos e anatômicos como influenciadores para essa condição médica, além de alterações hormonais durante a gestação, nascimento prematuro, baixo peso da criança ao nascer, hábito de tabagismo dos pais e uso de álcool e outras drogas pela mãe durante a gestação.

Na maior parte dos casos, a criptorquidia é congênita, ou seja, o testículo não está localizado dentro da bolsa testicular no momento do nascimento da criança. Mas, a criptorquidia também pode ser adquirida, ou seja, os testículos são localizados na bolsa testicular no momento do nascimento, mas após um tempo, eles “sobem” pelo canal inguinal. A criptorquidia pode ser unilateral ou bilateral; estudos estimam que apenas de 10 a 20% dos casos são bilaterais.

A torção testicular e o desenvolvimento de hérnia inguinal são quadros médicos que podem ser complicações de criptorquidia não tratada ou detectada tardiamente. Além disso, a criptorquidia pode levar a maiores taxas de infertilidade, assim como o maior risco de desenvolvimento de câncer de testículo. Por isso, é importante a avaliação e acompanhamento de um especialista.

O diagnóstico é determinado em exame físico realizado por um uropediatra em consultório e o tratamento indicado para a resolução da criptorquidia que não progride naturalmente, é a orquidopexia.

testiculo retratil

Orquidopexia: o que é?

A orquidopexia é o procedimento cirúrgico realizado para tratamento da criptorquidia e tem como objetivo reposicionar o testículo na posição habitual (dentro da bolsa testicular) para otimização da função testicular e evitar complicações futuras.

Orquidopexia: quando é indicado?

Uropediatras indicam a realização de uma orquidopexia caso a migração testicular natural não aconteça até o 6º mês de vida, em quadros congênitos, ou em casos de criptorquidia adquirida. Os especialistas recomendam que esse procedimento cirúrgico seja realizado até os 18 meses de idade para evitar complicações a longo prazo.

Apesar de muitos pais acreditarem que a alocação do testículo na bolsa testicular se trata apenas de um fator estético, o tratamento precoce e adequado para criptorquidia diminui riscos de infertilidade, hérnia inguinal, torção testicular e câncer de testículos. Além disso, o procedimento garante que os testículos preservem a sua função hormonal, como a produção de testosterona.

Orquidopexia: como funciona este procedimento?

A orquidopexia pode ser realizada por diferentes vias de acesso e o procedimento cirúrgico escolhido pelo uropediatra será determinado pela posição do testículo no momento do exame físico. O acesso inguinal é a via de acesso mais frequentemente utilizada, pois de 80% a 90% dos casos de criptorquidia são de testículos palpáveis, sendo possível tratar por orquidopexia via inguinal.

Testículo palpável

Quando é possível palpar o(s) testículo(s) não localizado(s) na bolsa testicular durante o exame físico, o médico pode realizar a orquidopexia por via de acesso inguinal, a mais utilizada, ou por via de acesso escrotal. Em ambos os casos, a anestesia geral é necessária, a internação é breve, e os pais e a criança devem seguir as orientações do uropediatra para uma recuperação bem sucedida.

Testículo não-palpável

Quando o uropediatra não consegue palpar o(s) testículo(s) durante o exame físico, a orquidopexia é realizada por via abdominal, através de uma laparoscopia, cirurgia minimamente invasiva e com alta taxa de sucesso. Esse procedimento pode ser realizado em dois momentos: o primeiro para diagnóstico e o segundo para tratamento.

A orquidopexia por laparoscopia tem como via de acesso a região do umbigo, por onde o médico insere uma câmera de vídeo para avaliar o posicionamento e o estado do testículo localizado fora da bolsa testicular. Se não for possível posicionar o testículo corretamente durante esse primeiro procedimento, o especialista consegue planejar melhor o próximo procedimento cirúrgico que pode ser revertido na orquidopexia para tratamento.

A laparoscopia não requer nenhum preparo anterior ao procedimento, é realizada com anestesia geral e a internação costuma ser de apenas um dia. É fundamental que os pais e a criança sigam as orientações do urologista para o pós-operatório para garantir uma recuperação bem sucedida.

O sucesso da orquidopexia depende da idade com que é feita e da localização do testículo no abdômen; quanto mais precoce for realizado o procedimento e quanto mais baixo estiver localizado o testículo, melhor o prognóstico. Além disso, os especialistas apontam que fatores determinantes para o sucesso da orquidopexia são a mobilização do testículo e do cordão espermático e a ausência de tensão na colocação do testículo dentro da bolsa.

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Atualmente, em casos mais complexos, uropediatras tem utilizado a cirurgia robótica para tratamento de criptorquidia.

Independente do tipo de procedimento cirúrgico realizado para o tratamento da criptorquidia, é importante que os pais levem a criança para realizar o acompanhamento médico anual para avaliação da progressão do quadro clínico.

É fundamental que os pacientes sejam acompanhados por um especialista para garantir o tratamento adequado para cada paciente. O profissional responsável pela realização da orquidopexia é o uropediatra, médico especialista no estudo, diagnóstico e tratamento de diferentes condições médicas urológicas e genitais, congênitas ou adquiridas, em crianças e adolescentes.

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Uropediatria

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