Testículo retrátil? 5 procedimentos para tratar criptorquidia
Condições relacionadas ao posicionamento dos testículos com causas e tratamentos diferentes
Os testículos são órgãos do sistema reprodutor masculino responsáveis pela produção dos espermatozoides e pela produção de hormônios, como a testosterona. Se desenvolvem na cavidade abdominal do feto e, nos meses finais da gestação, migram pelo canal inguinal para a bolsa testicular. Ao longo da vida, permanecem ligados à região abdominal pelo músculo chamado de cremaster, responsável por suspender e elevar os testículos.
A localização dos testículos é fundamental para que desempenhem corretamente sua função, pois a bolsa testicular é responsável por manter a temperatura dos testículos menor do que a temperatura corporal, para garantir o processo de espermatogênese (formação dos espermatozoides).
Algumas condições médicas estão relacionadas a localização dos testículos, como o testículo retrátil e a criptorquidia. Para melhor compreensão dessas condições, e dos procedimentos de tratamento, é importante o entendimento das diferenças entre elas, assim como, é fundamental o acompanhamento de um uropediatra para avaliação clínica e diagnóstico.
Testículo retrátil e Criptorquidia: diferenças e causas
Tanto o testículo retrátil quanto a criptorquidia são condições médicas relacionadas a não localização dos testículos na bolsa testicular. Porém, há diferenças entre as causas e o tratamento para cada um desses quadros.
Testículo retrátil
O testículo retrátil é ocasionado pela subida dos testículos pelo canal inguinal. Em crianças, é um quadro muito comum devido ao desenvolvimento dos músculos abdominais. Na maior parte dos casos, a subida dos testículos se dá devido a contrações involuntárias do músculo cremaster, que liga os testículos ao abdômen e pode acontecer devido a climas frios, em situações de perigo e quando o cordão espermático é curto.
Criptorquidia
A criptorquidia é uma condição genital congênita na qual o testículo não está localizado dentro da bolsa testicular no momento do nascimento da criança, pois não houve migração dos testículos do abdômen para a bolsa testicular nos meses finais da gestação. Em alguns casos, os testículos são localizados na bolsa testicular no momento do nascimento, mas com o passar do tempo eles “sobem” pelo canal inguinal, condição médica conhecida como criptorquidia adquirida. Especialistas apontam fatores genéticos e anatômicos como influenciadores para essa condição médica. A criptorquidia pode ser classificada quanto à posição do testículo no momento do exame físico:
- Testículo palpável: quando é possível palpar os testículos na região inguinal;
- Testículo não-palpável: quando não é possível palpar o testículo.
Testículo retrátil e Criptorquidia: diagnóstico clínico
O diagnóstico, tanto para testículo retrátil quanto para criptorquidia, é essencialmente clínico, ou seja, realizado no consultório através do exame físico feito por um uropediatra. Não há necessidade da realização de exames complementares para nenhuma dessas duas condições médicas.
Testículo retrátil e Criptorquidia: diferenças no tratamento
Por se tratar de condições médicas diferentes, os procedimentos estabelecidos para tratamento de cada uma delas também se diferem. No geral, o testículo retrátil costuma se resolver de forma natural e a criptorquidia necessita de mais acompanhamento. Confira algumas informações dos 5 procedimentos utilizados para tratar essas condições médicas.
Testículo Retrátil
Recolocação manual - na maior parte dos casos de testículo retrátil, o quadro se resolve naturalmente, reposicionando os testículos com a ajuda das mãos, através de movimentos suaves na região do abdômen onde está o músculo cremaster. Porém, caso os testículos não voltem para a bolsa testicular após a tentativa de reposicionamento ou caso o paciente apresente dor e inchaço no local é fundamental que um especialista seja procurado para avaliar o quadro.
Criptorquidia
- Descida natural dos testículos até o 6º mês de vida - no momento do nascimento, o uropediatra examina a criança e identifica se os testículos estão ou não localizados na bolsa testicular. Caso não estejam, a primeira orientação do especialista é de que os pais aguardem até o 6º mês de vida, pois os testículos podem descer naturalmente pelo canal inguinal ao longo desse período;
- Orquidopexia em testículo palpável - realizada quando a criptorquidia se mantém após o 6º mês de vida e foi possível apalpar os testículos no exame físico realizado pelo especialista. O procedimento cirúrgico pode ser realizado via inguinal ou via escrotal;
- Orquidopexia em testículo não palpável - realizada quando a criptorquidia se mantém após o 6º mês de vida e não foi possível apalpar os testículos no exame físico realizado pelo especialista. O procedimento cirúrgico é realizado via abdominal, por laparoscopia;
- Orquiectomia - quando a criptorquidia é detectada em fases tardias ou quando, durante a orquidopexia, o uropediatra detecta sinais de atrofia e inviabilidade do testículo é realizada, então, a orquiectomia, cirurgia para retirada do testículo.
Testículo retrátil e Criptorquidia: complicações
O testículo retrátil raramente ocasiona complicações. Mas, tanto o testículo retrátil quanto a criptorquidia podem desencadear torção testicular, desenvolvimento de hérnia inguinal, aumentar o risco de câncer de testículo e impactar na fertilidade do paciente. Por isso, é importante a avaliação e o acompanhamento de um especialista.
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